Eu também estava lá.Também passei pelos horrores pelos quais passaram milhares de jovens.Veio do nada,de repente também fui surpreendido, atiram sobre nós, atacam-nos de todos os lados.. Tudo o que pude ver foram pessoas correndo em todas direções, escondendo-se, e tentando escapar do tiroteio.
Para mim deu início quando começaram a disparar, todos começaram a correr e ninguém entendeu o que estava a acontecer. Perdi contato com Dolev, meu irmão mais novo, e foi como ver tudo preto, sem ele.Senti -me sem forças,só meio humano, mas, mesmo assim, tinha que continuar, salvar-me..
Dois amigos e eu voltamos para o carro e não sabíamos o que fazer.De repente, um carro em alta velocidade bateu e m outros quatro carros. Saí para descobrir o que havia acontecido com o motorista.. Descobri que havia levado um tiro numa perna. Eu e algumas outras pessoas , que desconhecemos, cuidamos dela, colocamos-lhe um torniquete, enquanto, todo o tempo continuamos a ser baleados por todos os lados. Em seguida colocamo-la numa maca, com sucesso,em uma ambulância e foi evacuada.
Tentei novamente juntar-me aos meus amigos mas falhei devido às rajadas de tiros que foram disparados contra nós.Foi assim que fico sozinho, sem meus amigos ou meu irmão, sem saber nada de como eles estavam, onde estavam. Estava na área da festa, debaixo de fogo, escondido debaixo dos carros e em constante movimento, porque os terroristas andavam por aí em busca de pessoas para atirar. Eu os vi,mas felizmente eles não me viram.
Quando estava a poucos metros deles, vi um grande grupo de pessoas correndo em minha direção e comecei a correr com eles. Enquanto corríamos, as balas assobiavam ao lado de nossas cabeças, atingindo as pessoas. Nessa situação, você não tem certeza do que fazer, apenas continua correndo como um louco. Depois de um tempo, encontramos um arbusto e sete de nós ficamos ali deitados no mato por cerca de oito ou nove horas. Não tínhamos água, a bateria do celular estava fraca e estávamos sozinhos. Não podíamos contar com ninguém além de nós mesmos.
Depois de muito tempo, ouvimos 2 soldados conversando em hebraico perto de nós e gritamos se eram das IDF.. Eles responderam que eram as IDF. Apenas fizemos um sorriso, ainda com medo porque estávamos sob tiros.A força militar mandou que tiremos as camisas e que todos andássemos com as mãos para cima, para que as IDF não atirassem em nós por engano.
Fomos resgatados da área da festa onde aconteceram as coisas mais atrozes que já presenciei. Infelizmente, as IDF nos levaram para trás de um tanque que estava sendo alvejado.Não ficamos petrificados porque tínhamos os soldados nos protegendo.. Depois de algumas horas, alguns veículos blindados militares levaram-nos para um local seguro.
Enquanto nos dirigimos para um local mais seguro, vimos todos os horrores que é melhor não descrever. Vocês podem usar a imaginação.
Depois de muitas horas com a certeza de não sair de lá vivo e sem me despedir de ninguém reencontrei meus dois amigos. Juntos, saímos felizes fora de perigo, mas ainda arrasados pela tristeza por causa de tudo o que tínhamos visto. Estávamos preocupados com nossos amigos que ainda não haviam sido resgatados. Felizmente, depois de um tempo, eles também foram resgatados.
Quero dizer às famílias dos desaparecidos: não percam a esperança nem por um segundo! Temos um exército forte! E o mais importante é termos o Santo, Bendito seja Ele, que está sempre conosco e zela por nós , mesmo nos momentos muito difíceis!
Muito obrigada às FDI e às forças de segurança, graças a quem estou vivo!E, também, a Deus por me proteger todo o caminho.. Espero que tenhamos dias melhores, é hora de os deitar abaixo com eles!!! AM ISRAEL CHAI!
Dor B.